Novos Aares - O nome
Um jovem casal, Natália e Daniel, no início de sua vida comum, decidido a experimentar a Europa, mais precisamente a Suíça. O motivo profissional enriquecido pela oportunidade sócio-cultural. Geograficamente ligando as duas cidades estabelecendo um eixo sinuoso - a morada e o trabalho, Solothurn e Berna - o Rio Aare. Nascido nos Alpes, 295 km de extensão na planície Suíça indo desaguar na margem esquerda do Rio Reno.
Amigos e apreciadores, sintam-se a vontade em nos acompanhar e encorajados a comentar!
Oi gente, desculpe a ausência, mas foi por uma boa causa. Minha família veio nos visitar (mãe, pai, Me e Ro) e foram 11 dias intensos. Muitos passeios, viagens, aniversário, Natal (ufa!). Foram dias muito agradáveis, onde pudemos matar a saudade e também tivemos o prazer de mostrar ao vivo boa parte daquilo que mostramos aqui no blog. Nos últimos três dias fomos à Milão juntos. Fomos de trem, trem italiano. Então as diferenças culturais já foram notadas assim que entramos lá. Saindo da Suíça, conhecida pela organização, indo pra Itália, conhecida pelo seu charmoso caos, ainda que europeu. A cidade de Milão me pareceu muito com a nossa São Paulo, porém seus pontos turísticos mais preservados. O famoso Duomo, principal catedral da cidade, é realmente fabuloso. Saindo da estação do metro que fica ao lado, subindo as escadas, a primeira visão que se tem dele é encantadora. Por dentro, não poderia ser diferente, é maravilhosa. Enorme e rica em detalhes, cheia de pinturas e esculturas. A cidade estava em clima de Natal ainda, e pudemos presenciar a feira de Natal daquela região, bem comum aqui na Europa nessa época do ano. Fomos em muitas feiras como essa aqui na Suíça, mas não eram iguais, lá o clima era diferente. As pessoas falam alto, os feirantes discutem com os clientes como se fossem da mesma família, e no fim fica tudo bem. Muito divertido. Imersão na cultura. Nos próximos dias contaremos mais sobre Milão e nossas impressões sobre a Itália. Beijos.
Acho que o frio, que chegou de vez por aqui (cheque máxima e mínima para amanhã: -4C e -9C, respectivamente), congelou nosos dedos e idéias... faz tempo que não escrevemos... isso não é certo...
Na verdade, estamos nos preparando para receber nossas primeiras visitas. E a semana passada também foi consumida por trabalho em casa... Bom, vamos engrenar novamente.
Natal e Ano Novo, quando se vive aqui é diferente. Lógico, né! Mas o que quero tentar passar é que apesar da decoração, das comidas e das celebrações, para nós falta algo. Ah, é o calor... não só isso mas este também tem a ver. Pelo fato das férias de Festas deles serem curtas. Pelo fato de não ser verão. Pela ausência de confraternizações, amigos secretos... temos a impressão menos marcante de mudança. Seria mais uma seqüência. O Ano Novo simplesmente vem e tudo continua... sei que as férias de julho, sim, é mais evidente a sensação de mudança para eles.
Acima de tudo é cultural e se tem uma coisa, que além de política e religião, eu não discuto é cultura de cada povo! Isso os anos e as experiências me ensinaram.
Esse final de semana que passou foi a vez de irmos a Montreux visitar amigos. Localizada às margens do lago Léman (o mesmo de Genebra), pertence ao cantão de Vaud e fala francês. É muito conhecida pelo Montreux Jazz Festival, um festival de música que acontece anualmente no mês de julho. Mas como não é julho, fomos a outro evento bem conhecido por aqui: Marché de Noel ou feira de Natal. Várias barraquinhas em estilo de chalé de madeira, vendendo de tudo (decoração de Natal, artesanato, chocolates, comida, bebida etc). Tomamos vinho quente e comemos rösti (super típico né). Bom isso foi na sexta. No sábado fomos a Vevey na parte da manhã. A cidade é uma continuação de Montreux. Lá está localizada a Nestlé (quem já leu os rótulos dos produtos sabe), e esse garfo colocado nas águas do lago foi obra da Nestlé , pois lá tem o Museu da alimentação da Fundação Nestlé. À tarde voltamos a Montreux para subirmos as montanhas pra visitar a vila do Papai Noel. Estava tudo nevado, bem característico. Muito lindo! Tinha renas, gente! E pro meu espanto as renas são pequenas, do tamanho de uma cabra (talvez). Pensei que fossem maiores... Mas a tarde foi incrível. À noite fomos na comemoração de St. Niklaus, que fizeram um dia antes do dia certo (06/12), para que pudéssemos participar com eles. Já contei pra vocês sobre essa comemoração no outro post, mas não tinha dito que fomos a duas festas dessas, nem achei ruim (hehehe). No domingo voltamos pra casa admirando a paisagem pela janela do trem, que acredito ser uma das mais belas até agora. Final de semana bem natalino (adoro essa época).
Aqui na Suíça dia 6 de dezembro é comemorado o dia de St. Niklaus ou o famoso Papai Noel. Esse dia é muito comemorado e tradicionalmente o Papai Noel vem presentear nesse dia e não no dia de Natal. Aqui o Papai Noel tem um ajudante chamado Schmutzli que geralmente usa roupas pretas e é responsável por assustar as crianças que não foram boazinhas durante o ano. Que dó! Acredito que elas devem morrer de medo... Mas o mais legal disso tudo é que na noite do dia 6 de dezembro as pessoas se reunem com muita alegria ao redor da mesa com comidas típicas desse dia: castanhas e nozes, doces, chocolates, pães e frutas. É como se eles festejassem o Natal duas vezes no mês de dezembro. Não é o máximo!!! Nós adoramos.
Domingo passado teve aqui na Suíça dois plebiscitos. Um deles foi para decidir se a Suíça, dentro de sua sublime política de neutralidade, deveria exportar materiais bélicos. Sem muita discussão, sem muita repercussão foi aprovada esta questão. Agora, polêmico foi o outro plebiscito. Este outro era para checar se seria permitido, ou não, a construção de minaretes, torres de chamamento a oração muçulmanas. São aproximadamente 400 mil muçulmanos na Suíça. A campanha toda teve muito bate-boca de ambas as partes. Teve uma crítica sobre a forma como foi feita a pergunta na cédula. Algo como:"você é a favor a iniciativa anti-minaretes na Suíça?" que alguns não sabiam se dizendo sim seria para poder construir ou não... Teve críticas sobre um cartaz que estava por todo canto meio ofensivo a favor da proibição. Parecia que não ia ganhar a proibição mas... por mais de 64% passou a proibição. Agora estão surpresos e receosos com a possível reação do mundo muçulmano. Mas também muito orgulhosos de como as coisas são democráticas e abertas por aqui. Só para citar, em pouquíssimas esferas de administração tem um só administrador. Por exemplo prefeito, governador, presidente ou primeiro-ministro é sempre uma comissão. A administração nacional é composta por 7 parlamentares - os Bundesrat. Pois é, e assim se faz política na Confederação Helvética - a Suíça.
